quarta-feira, 17 de março de 2010

Hora do Planeta 2010 – Você vai apagar as luzes?


A Hora do Planeta é considerado o maior movimento voluntário de alerta para as alterações climáticas, que conquistou o mundo e moveu inúmeros cidadãos comuns, empresas, governos e organizações civis em torno de uma voz comum.

O movimento teve início em 2007, na cidade australiana de Sidney. A intenção foi, na altura, alertar de forma simbólica – apagando as luzes por uma hora – a população australiana para a necessidade de protegermos o Planeta contra os efeitos das alterações climáticas. Dois milhões de pessoas desligaram as suas luzes. A expectativa inicial era de reduzir 5% do consumo de energia elétrica da cidade durante os 60 minutos do evento. O resultado, porém, foi o dobro do esperado: 10,2% de redução no consumo. Em 2008 mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo participaram na Hora do Planeta.

As expectativas para a Hora do Planeta 2009 eram elevadas, mas foram superadas e muito por todo o mundo. Durante uma hora mais de 4 mil cidades, das quais 11 cidades portuguesas, em 88 países, 21 mil empresas e o estrondoso número de 1 200 milhões e pessoas em todo o mundo deram o seu voto ao Planeta

Neste ano a Hora do Planeta acontecerá no dia 27 Março 2010 das 20H30 às 21H30.

No lançamento da contagem regressiva para a Hora do Planeta 2010, em Chengdu, na China, Mei Lan, a ursa panda que voltou recentemente para a China após uma missão diplomática em Atlanta (EUA), foi designada como Embaixadora Mundial da Hora do Planeta. No Ano Internacional da Biodiversidade, o panda também simboliza a importância de protegermos ecossistemas e espécies em todo o planeta.

Confira abaixo as novidades para 2010:

* A Nova Zelândia já conseguiu envolver 16 embaixadores nesta a causa, nestes inclui-se Helen Clark , actualmente Coordenadora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento;
* A CN Tower e a Auckland SkyTower juntamente com outros 13 edifícios e monumentos emblemáticos das Filipinas já estão em contagem decrescente para se apagarem por uma hora;
* Na Suécia, o IKEA já aderiu à Hora do planeta 2010 e 84 escolas suecas já formalizaram o seu apoio ao evento;
* No Canadá, a Coca-Cola ofereceu à WWF Canadá $1 milhão de dólares em doação de espaços de cinema e publicidade;
* Na China, as ajudas pro bono corporativas também já estão a ser negociadas e conta-se com a parceria dos oito mais conceituados CEO’s (Canon, CapitaLand, IKEA, Nomura, TCCC, Wal-mart, PWC e Vanke) para ajudarem na edição e impressão de anúncios a promover o apagão global;
* O Governo Escocês também já formalizou a sua adesão à Hora do Planeta 2010.

Una-se à Hora do Planeta 2010 e marque a diferença!

terça-feira, 2 de março de 2010

Conflitos na Amazônia são discutidos durante simpósio internacional promovido pela UEA


A partir de amanhã, 03, às 14 horas, o Centro de Estudos Superiores do Trópico Úmido da Universidade do Estado do Amazonas, UEA, promove o simpósio “Amazônia como campo de conflito transnacional”.

Os pesquisadores vão debater, entre outros temas, os conflitos por recursos hídricos, a realidade das comunidades indígenas e os conhecimentos tradicionais, etc.

Uma mesa redonda vai reunir os conferencistas Alfredo Wagner Berno de Almeida, da UEA; Sérgio Costa, do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade Livre de Berlim, LAI-FU; e Rosa Elizabeth Acevedo de Marin, do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia da Associação de Universidades Amazônicas, PNCSA/UNAMAZ.

No dia 4, o evento tem continuidade, com apresentação de projetos dos pesquisadores do Projeto Novas Cartografias e da excursão do Instituto de Estudos Latino-Americanos da FU Berlim.

Segundo a organização do simpósio, serão debatidos, ainda, temas como a normatização dos conhecimentos tradicionais na Pan-Amazônia; biotecnologia e direitos intelectuais; processo de territorialização e o trabalho escravo contemporâneo no Brasil.

O encontro acontece no auditório da reitoria da UEA.
Fonte: sítio da UEA

Pesquisa realizada por estudantes do Amazonas avalia o costume da população de destinar resíduos para reciclagem


Um levantamento realizado nas cidades do interior do estado do Amazonas revelou que a maioria dos moradores destina seus resíduos sólidos para reciclagem.

A pesquisa “Os resíduos sólidos: um desafio para cidadania” foi realizada pelos alunos da Escola Estadual Pedro Silvestre, por meio do projeto de Educação de Jovens e Adultos, EJA. Com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, Fapeam, o projeto fez parte do Programa Ciência na Escola, PCE.

A coordenadora do estudo, professora Ana Cláudia Ferreira Olímpio, explicou que a ideia surgiu dos estudos sobre os impactos ambientais e a análise de sua influência no desenvolvimento cultural dos povos. “Queríamos saber se aspectos sociais, culturais e econômicos influenciam na forma como o indivíduo fazia o manejo dos resíduos domésticos”, disse.

Os estudantes fizeram um levantamento bibliográfico, além de uma pesquisa de campo. Moradores das margens do igarapé de São Raimundo, em Manaus, Rio Preto da Eva e Careiro da Várzea responderam questionários com perguntas sobre frequência da coleta, métodos de separação de lixo, entre outras questões.

Nos municípios de Rio Preto da Eva e Careiro da Várzea, 89% dos entrevistados disseram que recolhem seus resíduos e os colocam nos locais indicados para coleta pública.

As principais razões, de acordo com os entrevistados que não destinam o lixo para reciclagem, são a falta de conhecimento dos programas de coleta seletiva e a falta de costume.

No total, foram visitados 200 domicílios. Nos bairros da Glória e São Raimundo, em Manaus, o resultado apontou que apenas 52% dos moradores reaproveitam os resíduos.

Na avaliação da coordenadora, os moradores devem receber orientações específicas sobre a importância da destinação correta dos resíduos e o papel de cada um nesse processo.

Os alunos promoveram palestras e um curso básico de transformação de resíduos em artesanato, com objetivo de incentivar a população a contribuir com a redução dos impactos ambientais causados pelo lixo.

Nos dias 10 e 11 de março os resultados da pesquisa serão apresentados durante a Mostra Pública do PCE, na Arena Amadeu Teixeira.

Fonte: Agência Fapeam

segunda-feira, 1 de março de 2010

Brasil fica para trás na corrida pela nova economia “verde”


Na corrida global por desenvolvimento científico e ampliação de investimentos ligados à economia de baixo carbono, o Brasil começa a ficar para trás.

Enquanto potências como EUA e China investem centenas de bilhões de dólares na área, vista como a nova fronteira do desenvolvimento mundial, o Brasil nem sequer tem um modelo nacional, afirmam acadêmicos e ambientalistas. No setor privado, negócios verdes esbarram em gargalos como estrutura tributária inadequada, falta de marco regulatório e ausência de incentivo.

Nessa corrida, o país tem as vantagens da biodiversidade e de escolhas feitas no passado (como a aposta no álcool e na hidroeletricidade). No entanto, desperdiça o enorme potencial de fontes de energia, como solar, eólica e de biomassa, e avança lentamente em áreas-chave, como etanol celulósico, segundo especialistas.

“Talvez esse conforto esteja trazendo uma reação de certa forma comodista, diferentemente dos países premidos por urgência de mudança energética, que estão fazendo esforços para diversificar suas fontes de energia e mudar padrões produtivos e de consumo”, afirma o economista Ricardo Abramovay, do Núcleo de Economia Socioambiental da USP.

Globalmente, uma fatia média de 16,4% dos pacotes de estímulo lançados no ano passado para mitigar os efeitos da crise econômica foi ‘verde’ (US$ 513 bilhões em 17 grandes economias), segundo o HSBC. A Bloomberg New Energy Finance estima que 16% desses fundos verdes sejam destinados a pesquisa e desenvolvimento de tecnologias limpas.

No Brasil, só R$ 1,5 bilhão, ou cerca de 5% do total de estímulos fiscais anticrise, focou o setor produtivo “limpo”, como o IPI reduzido para carros “flex”. E, segundo levantamento do Ministério do Meio Ambiente, feito em todas as pastas a pedido da Folha, em 2009 o governo gastou R$ 2,5 bilhões em ações verdes (R$ 380 milhões diretamente ligados à pesquisa, sem contar atividade espacial).

O montante, fatia de 0,36% do Orçamento executado (descontadas estatais e transferências), é considerado baixo e “questionável” por especialistas, por contar programas que não teriam relação com a área, como Luz para Todos (que leva energia a locais isolados) e Pronaf (de agricultura familiar).

Para o cientista político Sergio Abranches, o país continua sem uma “política integrada de sustentabilidade” e a Política Nacional de Mudança Climática –sancionada em dezembro, mas ainda sem regulamentação– não deverá mudar esse cenário, por se concentrar em combate a desmatamento e “um pouco em agricultura”.

A geógrafa da UFRJ Bertha Becker, especialista da questão amazônica, diz que “ainda não estão claramente definidos” o que são “desenvolvimento sustentável” e “economia verde”, mas que investimento em pesquisa e ciência “certamente ajudaria” o país a criar modelo de uso inteligente dos recursos.

“Se não investirmos em capacitação científica, para ficarmos na ponta do desenvolvimento de baixo carbono, vamos ficar para trás. No século 20, não fizemos, os asiáticos fizeram. Agora, está zerando de novo a capacidade produtiva. Quem investir mais se destacará”, afirma Abranches.

Etanol e solar

Justamente devido a baixos investimentos em pesquisa, o Brasil põe em risco sua liderança em etanol ante seu maior concorrente, os EUA, que investem mais para desenvolver o etanol celulósico (feito do bagaço de cana, por exemplo), o futuro dos biocombustíveis.

“Estamos engatinhando. O Brasil tem tido muito pouca atividade no campo da ciência, embora tenha desenvolvido na prática uma tecnologia bastante desenvolvida”, afirma o físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite, diretor do Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais, em Campinas.

Apesar de a cana ser muito mais eficiente e “limpa” do que o milho desenvolvido nos Estados Unidos, caso a tecnologia da segunda geração seja desenvolvida lá, e não haja progressos aqui, os americanos tomariam a dianteira. No Brasil, investimentos públicos e privados em pesquisa de etanol somam R$ 150 milhões ao ano, segundo estima o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira); nos EUA, US$ 1 bilhão ao ano vai só para a pesquisa celulósica.

Um esforço de peso na corrida é o Centro de Ciência e Tecnologia do Bioetanol, inaugurado pelo presidente Lula em janeiro, com investimentos de R$ 69 milhões. Seus diretores pedem orçamento anual, ainda indefinido, de R$ 50 milhões.

Até 2020, a poluição relativa à energia no mínimo dobrará, estima o próprio governo. Fontes limpas complementares e eficiência energética poderiam atenuar os efeitos do aumento do consumo de energia, diz o físico da USP José Goldemberg.

“O governo está mesmerizado com o pré-sal, há um esforço grande na pesquisa em torno dele. Se você fica fascinado, presta menos atenção a alternativas, que podem até parecer mais caras, mas por isso estímulos poderiam resolver.”

A energia solar, por exemplo, segue vista como cara e sem escala. “É a visão de quem não conhece o setor. Indústrias chinesas já têm escala, porque começaram em 2002 com muito incentivo do governo”, diz Izete Zanesco, do Núcleo Tecnológico de Energia Solar da PUC-RS.

O grupo acabou de encerrar um projeto de tecnologia nacional, a custo mais baixo, para painéis solares e agora trabalha num modelo de negócios para atrair investidores. Entre 2005 e 2009, o projeto teve recursos de R$ 6 milhões –bem abaixo dos 11 milhões iniciais que o Instituto Fraunhofer de Energia Solar da Alemanha teve para projeto similar, diz Zanesco.
Fonte: Folha de S.Paulo