quarta-feira, 31 de agosto de 2011

CEDAM e Exército Brasileiro - Comando da 12a Região

     O Centro de Estudos em Direito Ambiental da Amazônia em parceria com o Exército Brasileiro - Comando da 12a Região Militar oferecerá o I Curso de Aperfeiçoamento em Direito Ambiental, cuja meta é aprofundar o conhecimento em direito ambiental dos profissionais integrantes do Serviço Militar na Amazônia para a consecução de suas atividades fins.

     O Exército Brasileiro tem como seu lema "a preservação do meio ambiente é dever de todos". Nesse sentido realiza várias ações dentro do âmbito militar e junto à comunidade, tais como: a promoção da conscientização da preservação e conservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Ademais, é comum as organizações militares, em conjunto com as comunidades que as acolhem, fazerem trabalhos de limpeza, recuperação de áreas verdes e plantio de árvores.

     No planejamento das operações militares, o terreno sempre foi considerado um dos fatores preponderantes. Os exercícios e as manobras realizadas para o adestramento da tropa procuram simular a guerra, o mais próxima possível de uma situação real. Para tanto, o cenário os campos de instrução são preservados de modo a oferecer o cenário adequado a cada situação que o combatente poderá defrontar-se no campo de batalha. Hoje, esses campos de instrução formam verdadeiras ilhas de coberturas vegetais preservadas nas áreas mais antropizadas das diversas regiões do país.

     Nesse contexto, o CEDAM terá grande satisfação em contribuir e aprimorar a discussão e conhecimentos em matéria ambiental, oferecendo as ferramentas técnico-jurídicas disponíveis para a aplicação da legislação ambiental, pertinente, na Amazônia, bem como efetivar o conhecimento e o raciocínio crítico frente aos principais temas do Direito Ambiental, a partir da troca de experiências e do estímulo ao questionamento de conceitos, valores, princípios e da legislação vigente.


 O Curso de Aperfeiçoamento em Direito Ambiental será realizado entre os dias 24 de outubro de 2011 e 12 de novembro de 2011.


Realização:    



    

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

CEDAM no FÓRUM FGV DIREITO RIO+20

Prezados colegas,
 aguardamos a sua contribuição nas discussões preparatórias para a formulação de recomendações normativas que serão apresentadas à Rio+20, Conferência da ONU a ser realizada no Brasil em 2012.

O CEDAM está atuando nas discussões sobre o tema "o direito fundamental à terra e à alimentação", acesse o link direto e dê a sua opinião:


terça-feira, 23 de agosto de 2011

Caroline Nogueira, associada do CEDAM, participa de debate em Manaus

Tombamento do Encontro das Águas - Manaus/AM

No último final de semana saiu na edição do Jornal do Commercio de 20/21 de agosto de 2011, novo artigo escrito pelo Dr. Ozório José de Menezes Fonseca, cujo teor segue abaixo:


PATRIMÔNIO NATURAL, HISTÓRICO E CULTURAL.

Todas as pessoas eticamente comprometidas precisam lutar pela preservação do patrimônio natural, histórico e cultural do Estado do Amazonas, se opondo aos dilapidadores que são, em sua quase totalidade, pessoas cujo único objetivo é auferir as vantagens econômicas permitidas pela Zona Franca, sem qualquer interesse em conhecer e preservar nossa história natural e humana.

Alguns heróis da resistência, vez por outra encontram espaço na mídia para denunciar os atentados contra nosso patrimônio, constituído por bens materiais e imateriais que são os alicerces de nossas amazonidades e de nossa identidade cultural. Por todos os cantos de Manaus, onde as marcas de nossa natureza e de nossa história ainda resistem, é possível ver os ataques criminosos contra nossos bens naturais e culturais.

ATENTADO CONTRA A HISTÓRIA.

Um exemplo emblemático acontece na margem direita do rio Negro cujas terras altas não foram atingidas pela transgressão marinha de 5-6 mil anos atrás, permitindo a preservação de uma área com vestígios de uma antiga comunidade que estão sendo depredados. Um ex-governador mandou construir um acesso ao local a partir da estrada para Manacapuru e o ramal abriu um corte em um morrote expondo duas urnas indígenas.

Arqueólogos ligados às Universidades públicas locais, com a colaboração de cientistas nacionais e estrangeiros, vêm estudando aquele local, mas as dificuldades financeiras e humanas impostas à pesquisa científica são muito grandes. Como se não bastassem os obstáculos inerentes à investigação científica, algum tempo atrás um colaborador estrangeiro do projeto foi assassinado em um restaurante da margem da estrada e esse crime apagou uma parte importante do conhecimento sobre o nosso passado.

IGNORÂNCIA DESTRUIDORA.

Em uma de minhas visitas àquele local, iniciei uma conversa com os moradores da área e perguntei sobre as urnas e um deles contou que na semana anterior, trabalhando em um roçado ele e os amigos acharam uma “bem grandona”. Contou ainda que depois do trabalho, para relaxar, começaram a beber “umas e outras” o que levou à exaltação dos ânimos e a uma discussão que transformou a urna em pedaços arremessados entre os grupos rivais.

A DESTRUIÇÃO PELOS “CULTOS”.

Na semana passada os jornais noticiaram que um juiz “autorizou” a construção do Porto das Lages seguindo a trilha deixada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e pelo órgão ambiental do Estado (e o município não diz nada?), consolidando outro atentado contra um inestimável patrimônio natural - o Encontro das Águas – que constitui uma paisagem única e um cenário belíssimo que vai ser maculado por sabe lá quantos navios ancorados a espera de lugar para atracar, exatamente como acontece em todos os portos do mundo.

Não li o processo julgado pelo magistrado e pelos “big shots” do governo, mas sei que sua origem está enxovalhada por uma gorda doação monetária feita para uma fundação criada por um ex-governador, que transferiu para uma Ong as responsabilidades do poder público de garantir o desenvolvimento e a preservação de nossa natureza.

Ao contrário da depredação das urnas, esse outro atentado contra o patrimônio natural e cultural tem motivações econômicas que são ambientalmente nefastas. Os caboclos que destruíram a urna indígena o fizeram por absoluta ignorância, o assassino que matou o cientista deve andar solto por aí, os “big shots” do governo não têm autoridade nem coragem para priorizar o meio ambiente contrariando os interesses econômicos e políticos. No caso da decisão judicial, penso que a “sentença” foi dada por um juiz que não conhece (ou esqueceu!!) as bases teóricas que podem embasar uma decisão sob a perspectiva de uma hermenêutica socioambiental.

A ignorância e a violência até podem atenuar a gravidade dos crimes ambientais, mas os executivos e o magistrado que provavelmente já viajaram pela Europa, deveriam saber como é importante preservar o patrimônio público que deve estar sempre muito acima dos interesses privados.

Não entendo e não quero entender as leis e as atividades forenses; não conheço e não quero conhecer o processo administrativo e jurídico, mas estudei bastante o processo de evolução geológica, geográfica e humana do meu Estado, o que me dá o direito de considerar um atentado contra os antepassados e as gerações futuras, o desrespeito contra nosso patrimônio histórico e cultural.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Tombamento do Encontro das Águas - Manaus/AM

Após anos de luta em prol do reconhecimento histórico e paisagístico do Encontro das Águas, cartão-postal da cidade de Manaus, que teve seu tombamento provisório atestado em novembro de 2010 pelo IPHAN, a briga continua e parece não ter fim.

Em 4 de agosto de 2011 o Juiz Federal Dimis da Costa Braga, titular da 7a Vara Federal do Estado do Amazonas, especializada nas matérias ambiental e agrária, proferiu decisão em Ação Anulatória, cujo objeto era o cancelamento do tombamento do Encontro das Águas. Segue o dispositivo da decisão:

"Ante o exposto, julgo parcialmente procedentes os pleitos requeridos pelo
Autor, nos termos do artigo 269, I, do CPC, para anular o Procedimento nº 1.599-T-10 –
Tombamento do Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões, no Estado do
Amazonas, tão somente com efeitos a partir do ato que decidira pelo Tombamento
Provisório, inclusive, até que sejam realizadas as audiências públicas, pelo menos uma
em cada município diretamente afetado, nos termos da fundamentação, conforme art.
32 e seguintes da Lei 9.784/99, bem como viabilizadas consultas públicas na forma
aludida no artigo 31 e seguintes da Lei 9.784/99."

Para refletirmos sobre as consequências que decisões como esta podem causar, bem como a importância de um bem pasagístico como o Encontro das Águas, um dos poucos cartões-postais naturais da cidade de Manaus que ainda nos resta, segue interessante artigo publicado no Jornal do Commercio em 14 de agosto de 2011, escrito pelo nobre Dr. Ozório José de Menezes Fonseca:

"PAISAGEM.

O vocábulo “paisagem” recebe várias definições que dependem do prisma de abordagem. Do ponto de vista geográfico paisagem é o produto visual de interações dinâmicas entre elementos naturais e antrópicos que, por ocupar um espaço, pode ser cartografado e classificado. O termo também foi definido como uma porção do espaço perceptível onde se combinam fatos visíveis e ações que configuram uma percepção global. Outra definição importante diz que paisagem é o resultado natural de todos os processos que ocorrem em determinado sítio.

Os dois principais dicionaristas da língua portuguesa deste lado do Atlântico definem paisagem da seguinte forma: Aurélio Buarque diz que paisagem é “um espaço de terreno que se abrange num lance de vista” e Antonio Houaiss registra paisagem como o “conjunto de componentes naturais ou não de um espaço que pode ser apreendido pelo olhar”.

A BELEZA USURPADA.

Uma questão que passa despercebida da maioria de nós amazonenses é que o Amazonas, pelo menos em sua porção central, é um Estado sem paisagens profundas. A horizontalidade da locomoção pelos rios ou pelas estradas oferece um horizonte de curtas distâncias e em Manaus, a vista da baía do rio Negro só é permitida para quem mora em edificações construídas pelo homem. No Educandos, é impossível parar na “Baixa da Égua” pela precariedade urbanística; na Manaus Moderna (?!) olhar o rio é uma aventura contra o trânsito e a marginalidade; em São Raimundo o local que permitiria desfrutar da paisagem é imundo e sem conforto; na Compensa as palafitas ocuparam as margens altas impedindo a visão do rio; a Ponta Negra está fechada e o que resta disponível para o público é um dos melhores exemplos de desmazelo e de desrespeito com o ambiente natural.

ECOLOGIA DE PAISAGEM.

Existe um ramo da Ecologia definido como Ecologia de paisagem que afirma ser a escolha da melhor definição uma atitude que deve passar pelos aspectos teóricos e que aborda o tema dentro de duas perspectivas: 1) da fisionomia geográfica que privilegia o estudo da influência do homem sobre o espaço; 2) dos aspectos puramente ecológicos onde se desenvolvem os processos naturais que definem as características e dimensões espaciais da região estudada.

O ENCONTRO DAS ÁGUAS.

O encontro das águas do Negro com o Solimões é a paisagem natural mais marcante e acessível do Estado, pois o pico da Neblina, o 31 de Março, o Morro dos Seis Lagos, etc. não podem ser visitados facilmente. E Manaus, que tem poucos espaços com perspectiva para serem desfrutados, tem agora seu principal ponto de beleza cênica ameaçado pela construção de um porto que vai beneficiar, financeiramente, apenas seus concessionários que anteciparam uma gorda doação para uma ONG criada pelo ex-governador Eduardo Braga. Essa intervenção inaceitável naquele cenário vai seguir o modelo Zona Franca, criando alguns empregos, aumentando a riqueza de poucos e destruindo o capital natural configurado pela nossa paisagem mais bonita.

A foz do rio Negro pode ser ecologicamente tipificada como ‘ria-lake’ ou vale afogado constituído por uma depressão no leito, formada durante uma regressão marinha que depois foi preenchida pelas águas do rio represadas pelo deflúvio do Solimões-Amazonas, formando o fenômeno da divisão das águas que tem sua explicação nas propriedades físicas e químicas dos dois rios.

Além disso, a região guarda elementos de nossa história, pois foi lá “na foz do rio Negro” que, segundo Spix e Martius no livro Viagem pelo Brasil 1817-1820, Francisco Mota Falcão, por ordem do Marques de Pombal instalou, em 1669, o “Destacamento de Resgate”, posteriormente substituído pela Fortaleza da Barra de São José do Rio Negro.

Apesar desse registro histórico, a maioria dos historiadores do presente segue a orientação que levou o governador nomeado pela ditadura – Arthur Cezar Ferreira Reis – a definir a região do porto de Manaus como o local onde foi erguida a Fortaleza. A dúvida, no entanto, permanece e não existe qualquer vestígio de conhecimento científico na autorização para a construção do Porto das Lages cuja operacionalização vai destruir uma paisagem rara que faz parte do patrimônio histórico e natural de todos os amazonenses."

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

CEDAM no FÓRUM FGV DIREITO RIO+20

Convidamos a todos à participar do FÓRUM FGV DIREITO RIO+20, de 10 a 25 de agosto de 2011.
 O objetivo do fórum é realizar um debate aberto, em português e em inglês, discutir o porquê e como o tema deveria ser tratado no plano nacional, no plano internacional e quais os mecanismos poderiam trazer maior efetividade para os temas abordados.

Essa fase será realizada para que o debate possa ser utilizado como subsídio para a elaboração das recomendações que serão feitas no final do processo, a fim de produzir um texto-base a partir das discussões realizadas. O texto-base contextualizará e sistematizará os possíveis caminhos para a elaboração da redação final das recomendações. O objetivo será comentar o texto-base para consolidar os textos propostos.

Os temas a serem discutidos estão dividos em tópicos.

Para colaborar, acesse o seguinte link: http://riomais20.direitorio.fg​v.br/
Fazemos um convite especial para visistar e comentar o tópico "Erradicação da pobreza: o direito fundamental à terra e à alimentação", cuja moderação está sendo organizada pelo CEDAM, em nome de Patrícia Précoma Pellanda, vice-presidente da associação.

Agradecemos desde já a sua colaboração!!!!!